Guia Brasileiro em Paris

domingo, 9 de dezembro de 2012

Cenário de cinema, diversão e arte, Canal Saint-Martin agrada a turistas e parisienses


Afastado de circuitos turísticos, o bairro é celeiro de jovens estilistas e reduto de ótimos restaurantes.

PARIS - O Canal Saint-Martin, no 10º arrondissement, foi construído por Napoleão, a partir de 1802, para levar água limpa para a região central de Paris. Na segunda metade do século XIX, serviu de cenário para pinturas impressionistas de nomes como Alfred Sisley, um dos destaques do acervo do Museu d'Orsay. Em 1936, Edith Piaf gravou uma música que celebrava o lugar e, dois anos depois, Marcel Carné filmava ali "Hôtel du Nord" - onde hoje há um ótimo restaurante, que mantém o mesmo nome. Na literatura, foi cenário de livros de autores como Georges Simenon. A região, um pouco afastada dos principais circuitos turísticos parisienses, é de fácil acesso de metrô. Ainda assim, não é um lugar muito frequentado por turistas, não há gente tirando fotos com câmeras ou celulares. Mas isso está mudando. Entre outras razões porque o bairro é celeiro de jovens estilistas e também reduto de alguns dos melhores restaurantes que integram o movimento chamado bistronomique, como Astier e Le Chateaubriand, que apostam na combinação entre comida de alta categoria, bom serviço e preços acessíveis (menus com até sete pratos ficam na faixa dos 40 euros). Também há muitos restaurantes étnicos, sempre bons e baratos, porque esta área é habitada por imigrantes, de olho nos aluguéis mais em conta. O Canal St-Martin apresenta margens perfeitas para um piquenique e é um resumo de Paris: plural, reúne história, cultura, moda e boa gastronomia. Só que com preços mais camaradas. Que tal duas taças de champanhe com tapenade e torradinhas por 12 euros?

Um dia de pães, lojas e grafites

Há várias maneiras de se iniciar um passeio pelo Canal Saint-Martin. Comecei o meu descendo na estação de metrô da Place de la République, e fui caminhando até o canal, não mais que cinco minutos andando pela Rue de Faubourg-du-Temple. Também é possível chegar até ali saltando na Gare de L'Est, e até na Gare du Nord, um pouco mais afastada. Escolhi a République por um motivo simples: começar pelo fim, no caso, o ponto onde o canal passa a correr debaixo da terra, formando um boulevard que vai até a Place da la Bastille.

Logo que chego ao canal, vejo dezenas de pessoas observando o nível de uma eclusa subir, para permitir a passagem de um barco. Algumas estão em local estratégico, debruçadas sobre uma das muitas pontes de pedestres, em aço, que ligam os dois lados do St-Martin. Se fosse no Sena, veríamos todo mundo tirando fotos, mas aqui não há turistas, e os moradores presenciam a mesma cena várias vezes por dia. O canal, diferentemente de grande parte da cidade, é dos parisienses, e não dos turistas.

Não há Rive Gauche nem Rive Droite, mas Quai de Valmy, na margem esquerda de quem sobe em direção à La Villette, e o Quai de Jemmapes, na direita, que foi o meu primeiro caminho, já que almoçaria no Hôtel du Nord, no número 102. Passear pelo Canal St-Martin é um programa para qualquer dia da semana, mas vale saber que, nos fins de semana, as pistas que margeiam o canal são fechadas ao tráfego de veículos.

Um roteiro perfeito começa pela manhã, com um piquenique à beira d'água ou no Jardin Villemin, que parece uma miniatura do Central Park nova-iorquino. Os pães podem ser comprados em uma boulangerie como a Du Pain et des Idées, que já ganhou várias vezes o prêmio de melhor croissant de Paris. E também merecia ser laureada pelo seus pães recheados (o de linguiça é sensacional); o chamado "pain des amis", uma espécie de focaccia; os escargots, pães redondos, enrolados como a concha de um caracol, com recheios diversos, de pistache e chocolate, por exemplo; o citron nougat, um torrone com limão, e o mouna, um brioche doce amanteigado, feito com flor de laranjeira, originário do norte da África, o que dá um tom regional à padaria totalmente artesanal de Christophe Vasseur.

Se a sua programação matinal for outra, dá para fazer o piquenique mais tarde. Basta copiar os franceses e se munir de queijos, embutidos, pães, saladas e até pratos quentes, vendidos em muitas lojas da região, para ter um belo almoço à beira do canal. Não se esqueça de comprar também uma garrafa de vinho (que pode ser aberta na própria loja) para ser apreciado em um copo de plástico mesmo. Voilá, o Canal St-Martin é perfeito para isso.

- A região é hoje uma lançadora de tendências. É o novo bairro branché de Paris, ligado no que é novidade. Jovens estilistas abrem na área do canal seus primeiros ateliês, onde desenham peças únicas, exclusivas. Depois do sucesso, eles podem ir para o Marais, onde o aluguel é bem mais caro. Há lojas de marcas mais conhecidas também, como a A.P.C. - conta o guia Osimar Pinheiro, (…). - A cultura "biô", de alimentos orgânicos, é muito forte por aqui, como a rede de supermercados Naturalia. Há ainda galerias de arte de jovens artistas, casas de jazz e muitos bares.

Ou seja: para entender o que é Paris hoje parece fundamental passear pelo Canal St-Martin. Vamos seguindo pelas margens, reparando no povo fazendo piqueniques, no estilo despojado de vestir, nas pontes de ferro trabalhado, nas muitas paredes grafitadas. Explorando as ruas adjacentes encontramos bares de vinho, cafés e restaurantes como o Le Verre Volé, especializado em rótulos "biô". Ou o Fuxia L'Epicerie, onde é possível beber duas taças de champanhe Pommery petiscando uma saborosa tapenade de azeitonas verdes com torradas, por apenas 12 euros - acho que nas áreas mais turísticas de Paris nunca paguei menos de 10 euros por uma única taça de champanhe. Ou ainda o Bob's Juice Bar, casa de sucos badalada, e o Chez Prune, que é um pouco de tudo, bar-café-restaurante de esquina para ser apreciado a qualquer hora do dia, e um dos responsáveis pela revitalização da área.

Para as compras, a região apresenta uma linda seleção de lojinhas e outras nem tão petite assim, nas quais encontramos peças diferentes e originais, como as da estilista Liza Korn, uma das primeiras a chegar ao bairro. A livraria Art Azart, especializada em artes gráficas e plásticas, arquitetura, design, fotografia e moda tem um acervo totalmente branché. Também não dá para passar sem notar a Antoine et Lili, lojinhas coloridas à beira do canal que são um dos cartões-postais do lugar, com suas graciosas fachadas que rendem ótimas fotos.

Chegando ao Boulevard de la Villette, o passeio pode continuar do outro lado da avenida, onde fica o Bassin de la Villette, uma espécie de continuação, mais larga, do St-Martin. De lá partem barcos que fazem passeios por essas águas (incluindo um trecho subterrâneo, perto da Place de la Bastille); há cinemas nas duas margens; gente lendo livros ou jogando pétanque, uma espécie de bocha francesa, e, claro fazendo piqueniques e bebendo vinho.

Escolha difícil: gastronomia francesa ou cardápio étnico?

Pedi ao concierge do Fouquet's Barrière, um dos melhores hotéis de Paris, para tentar uma reserva no Le Chateaubriand, perto do Canal Saint-Martin e o mais importante dos bistronomiques, eleito mês passado pela revista inglesa "Restaurant" como o melhor da França e o nono melhor do mundo. Mas era segunda-feira e, assim como tantos outros bons lugares da cidade, estava fechado. O concierge me sugeriu então outra opção nos arredores do canal:

- Há vários bons endereços por ali, com bons preços. O Hotel du Nord, por exemplo, tem ótima comida, além de ser um lugar interessante.

Cheguei pontualmente às 14h, e preferi ficar no salão, no estilo clássico dos bistrôs de Paris, com paredes de azulejo, chão quadriculado, mesas e cadeiras de madeira já bastante gasta, e um bar. As mesinhas do lado de fora também estavam convidativas.

Um pequeno quadro-negro - apoiado em uma lambreta na rua - listava as sugestões do dia. Naquela tarde ensolarada de início de primavera, a "formule du midi" estava interessante, com abobrinhas glaceadas com queijo de cabra de entrada e, para o prato principal, duas opções: entrecôte com polenta cremosa e molho de pimenta ou filé de peixe com ratatouille e sauce pistou, o molho pesto francês. O menu em duas etapas custava honestos 13,50 euros. Bom, não? Mas resolvi investigar o cardápio normal, e fui muito feliz. Pedi um ravióli de queijo de cabra, uma deliciosa montagem, com uma manta de massa coberta por um ótimo chévre com tomate, rúcula e lascas de grana padano. Para acompanhar, uma taça do Sauvignon Blanc Attitude, de Pascal Jolivet, a 4,50 euros. O prato principal foram costeletas de cordeiro, macias e saborosas, grelhadas no ponto certo, com interior rosado, servidas com folhado de legumes grelhados (tomate, berinjela e abobrinha), uma saladinha e um molho apimentado sensacional, que fez toda a diferença. Pedi, então, uma taça do Côtes de Castillon Chateau Les Demoiselles, também por 4,50 euros. Bela dupla. O almoço saiu por cerca de 30 euros, com direito a um armagnac no final e a wi-fi gratuito.

A região do Canal St-Martin também é famosa pelos restaurantes de comida étnica, especialmente da África e da Ásia. O nome mais conhecido é o Le Cambodge, de cozinha do Camboja, ex-colônia francesa. Mas a cuisine du terroir tem o seu lugar. Osimar Pinheiro, o guia (…) que me acompanhou em parte do passeio pelo bairro, diz que um programa clássico aos domingos é o brunch na La Cantine de Quentin:

- É uma delicatessen que valoriza os ingredientes locais mais frescos, os melhores produtos da região, a matéria-prima de cada estação. Algo que está bem na moda.
Para quem termina o passeio no Bassin de la Villette, uma boa pedida é jantar lá por cima mesmo, no 18º arrondissement. Uma opção é o La Table d'Eugène, indicado como "Bib Gourmand" pelo Guia Michelin, o que significa bom e barato, e também pelo jornal "The New York Times". O chef Eugène Sue, com passagens pelo Plaza Athénée e pelo Le Bristol, faz uma cozinha criativa com base clássica, onde aparecem receitas como espaguete de abobrinha, pata negra com caviar de berinjela e cordeiro cozido por sete horas. O melhor é pegar o metrô na estação de Riquet, no Bassin de La Villette, e ir até Mercadet-Poissoniers, perto do restaurante.

'O melhor restaurante da França' é bom, bonito e até barato

Logo abaixo do Canal Saint-Martin, a umas três quadras ou menos de dez minutos caminhando a partir do final do canal, onde começamos nosso passeio, está uma das melhores amostras dos bistronomiques, reunindo pelo menos três ótimos endereços dessa categoria de restaurantes bons, bonitos e baratos. A começar pelo Le Chateaubriand, do chef Iñaki Aizpitarte, que é uma espécie de líder e principal nome desse movimento.

Ainda que o primeiro lugar entre os restaurantes franceses na lista organizada pela revista inglesa "Restaurant" seja certamente um exagero, o Le Chateaubriand, na Avenue Parmentir, é hoje um dos endereços mais disputados da cidade. A casa tem menu degustação em cinco etapas por 33 euros no almoço, ou 39 euros no jantar. O preço é uma piada se comparado aos dos restaurantes nas áreas mais nobres da cidade. Conseguir uma mesa ali não é fácil. Uma boa tática é chegar umas 21h30m e tentar um lugar para o segundo serviço da noite, que começa por volta das 22h, e não aceita reservas.

No fim do ano passado, o chef Iñaki Aizpitarte inaugurou o Le Dauphin, pertinho, na mesma Parmentier, mais voltado à arte espanhola do tapear - cada porção custa entre 8 euros e 12 euros. Além da comida e da fama do chef, o projeto é assinado por Rem Koolhaas, badalado e ousado arquiteto holandês. Para o restaurante ele criou um ambiente moderno, com mármore branco, mesas e cadeiras de madeira e paredes espelhadas.

Seguindo essa mesmo filosofia do bom, bonito e barato, e também perto dali, fica o restaurante Astier, outro bistronomique, que tem um cardápio menos inventivo que as casas de Aizpitarte, com uma pegada mais clássica. Uma boa aposta, para começar, é o arenque defumado, uma especialidade. Depois do prato principal é importante pedir o prato de queijos, considerado pelo Guia Michelin o melhor de Paris. Encerre com um bom armagnac de safras antigas; há uma ótima coleção de rótulos dos anos 1970. (…)

Publicado por Bruno Agostini - 05/05/2011

Fonte : O Globo . Boa Viagem

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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Natal nas vitrines de Paris e Londres inspira parcerias entre lojas e grifes



PARIS - A top francesa Loulou Robert, rosto da Louis Vuitton, acendeu as luzes da decoração de Natal das Galeries Lafayette, no Boulevard Haussman, em Paris, na semana passada. Detalhe: a moça desfilou sobre um elefante coberto por uma sela com a estampa clássica da grife francesa, que patrocina a festa. Nas 11 vitrines, pinguins, flamingos, lêmures, pandas e outros bichos enfeitam o “baile do século”— em meio a detalhes em couro e bailarinas vestidas pela marca. No interior, uma única árvore assinada pela grife de cristais Swarovski com 21 metros de altura, nove de diâmetro e cinco mil estrelas de cristal fica logo abaixo do icônico domo, símbolo da art nouveau, que neste ano alcançou o centenário com novo projeto de iluminação. Assinada pela Disney, a carruagem da Cinderela, que deve comparecer ao “baile”, é outro destaque. A decoração natalina das Galeries Lafayette fica em cartaz até dia 9 de janeiro.

Já na Printemps, outra grande loja da capital francesa, foi a atriz Marion Cotillard quem inaugurou as 11 vitrines que recontam a história da maison Dior com bonecas articuladas. Cada boneca veste um look icônico da grife. Para atrair a clientela asiática, a loja lançou a primeira campanha com uma modelo chinesa, a estrela em ascensão Sui He. Saiba mais no blog de Paris do Ela.

A inglesa Harrods foi outra grande loja que lançou parceria para a campanha de Natal. As vitrines na Brompton Road, em Londres, exibem uma coleção de vestidos criados por grifes icônicas inspirados em dez princesas da Disney. A grife Marchesa, por exemplo, criou um longo de seda azul para Ariel, de “A Pequena sereia”; Valentino se inspirou na mocinha de “A Bela e a fera” para criar um vestido de chiffon de seda com camadas de pregas e capuz; Oscar de la Renta elegeu “A Bela adormecida”; Missoni, “Mulan”; Roberto Cavali, “Pochahontas”; Eli Saab, “A Bela adormecida”; Versace, “Cinderella”; Escada, Jasmin de de “Aladdin”; Jenny Packham, Rapunzel de “Enrolados”; e a marca Ralph & Russo elegeu a princesa Tiana, de “A Princesa e o sapo”. As mesmas heroínas também inspiraram uma linha de joias da Chopard, com colares, brincos, braceletes e outros itens. A Harrods ainda abre uma loja pop-up de sete mil metros quadrados da Disney, com vários produtos exclusivos. E para os pequenos, ainda há o Disney Café, restaurante com menu infantil especial.

No próximo dia 24, as ruas Oxford e Regent — duas das principais vias de comércio em Londres — ficarão fechadas para carros e receberão grupos de corais, brincadeiras e outros tipos de entretenimento enquanto os londrinos antecipam as compras de Natal. As principais lojas estão programando promoções e descontos especiais para o dia.

Publicado por Fernanda Dutra - 13/11/12 - 18h54
Fonte : O Globo . Boa Viagem

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domingo, 7 de outubro de 2012

O sonho Ladurée



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Chanel Prêt à Porter Outono Inverno 2013-2014



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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Guia Brasileiro em Paris

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